Uma das centrais eléctricas da Faixa de Gaza, aquando do bombardeamento pela aviação israelita
A partir de domingo, 1,5 milhões de habitantes da Faixa de Gaza vão passar as noites mais frias do Inverno com lamparinas, devido aos cortes decididos por Israel como castigo colectivo no abastecimento de combustíveis.
Kanan Ubaid, o adjunto do responsável dos serviços de energia em Gaza, declarou este domingo aos jornalistas que a Faixa de Gaza ficará sem electricidade pelo menos 8 horas por dia, porque as centrais eléctricas já não têm o combustível que necessitam para funcionarem plenamente.
Rafiq Maliha, o director adjunto da companhia de electricidade de Gaza, confirmou que desde sábado as reservas de carburante estavam praticamente esgotadas. Uma nova redução da produção de electricidade foi decidida nas últimas 24 horas : « Ontem [8 de Janeiro, NdT], a partir das 14 horas, reduzimos a nossa produção em 30 a 35%, devido à falta de carburante »
Toda a Faixa de Gaza vai ficar sem electricidade oito horas por dia, « no melhor dos casos », declarou Maliha.
A minúscula faixa de terra é um dos lugares mais densamente povoados do mundo e já tem de suportar cortes de electricidade que duram por vezes 24 horas. Os geradores eléctricos de Gaza foram bombardeados pelos militares israelitas.
A Faixa de Gaza importa actualmente apenas 250.000 litros de combustível por dia – longe dos 450.000 litros que são necessários para fazer funcionar a central e pôr em actividade um novo transformador recentemente importado do Egipto.
Este é o segundo nível do corte de combustível aplicado por Israel : o primeiro foi aplicado em Outubro.
Na passada 5ª feira, o supremo tribunal israelita recusou um pedido apresentado por uma aliança de grupos israelitas e palestinianos de defesa dos diretos humanos que pretendiam impedir a aplicação desta segunda fase que agrava as sanções.