Professor árabe tem de deixar os estudantes envergarem uniforme do exército israelita
Por Tamara Traubmann, correspondente do Haaretz
Um cineasta árabe tem de declarar que respeita o uniforme do exército israelita para continuar a trabalhar como leitor do Sapir College, decidiu o presidente da instituição, Prof. Ze'ev Tzahor.
Nizar Hassan
A decisão refere-se a um incidente de Novembro, quando um estudante se apresentou fardado na aula de Nizar Hassan, no final do seu serviço anual de reservista. Hassan pediu ao estudante, Eyal Cohen, que saísse e, quando Cohen recusou, proibiu-lhe que falasse no resto da aula (…)
O incidente suscitou um clamor e Tzahor ordenou que se fizesse um inquérito disciplinar. Na semana passada, o comité disciplinar, composto por outros leitores da escola, publicou a sua conclusão: que o comportamento de Hassan “merecia a mais severa condenação" e que ele devia ser obrigado a pedir desculpa a Cohen. Embora um leitor tenha todo o direito de expressar os seus pontos de vista políticos, afirmou o comité, não tem o direito de tentar impô-los aos seus estudantes.
Tzahor enviou estas conclusões a Hassan, mas acrescentou que ao apresentar as suas desculpas o leitor teria de "tratar do respeito pelo uniforme do exército israelita e do direito absoluto de qualquer estudante a entrar na sua aula fardado". E acrescentou que não aceitaria desculpas que não preenchessem este requisito.
O advogado de Hassan, Eti Livni, escreveu nesta semana a Tzahor e pediu-lhe que retirasse a sua exigência, considerando-a "humilhante, racista e discriminatória" e acusando-o de ter "cedido a uma forte pressão política", inclusivé do exército.
Além disso, um grupo de estudantes de Sapir tenciona manifestar-se na 4ª feira contra a a decisão de Tzahor, afirmando que nenhum outro leitor foi obrigado a declarar que respeita o uniforme do exército israelita. Uns 20 estudantes assinaram uma carta afirmando que sairão da escola se Hassan for despedido.
(...)