Polícia israelita detém 5 palestinianos que protestaram contra escavações
Por Meron Rapoport, correspondente do Haaretz
A polícia deteve cinco palestinianos residentes na localidade de Silwan, em Jerusalém oriental, todos no dia seguinte a terem apresentado uma queixa ao Supremo Tribunal de Justiça com vista a fazer suspender uma escavação por baixo das suas casas, promovida pela Autoridade Israelita de Arqueologia.
Segundo a AIA, a escavação descobriu os restos de um canal de drenagem da era do Segundo Templo. A escavação está a ser financiado pela Elad, uma organização destinada a promover a judaização de Jerusalém oriental.
Os palestinianos, que receiam uma danificação das suas casas pela escavação, pediram ao tribunal que mandasse suspendê-la no domingo, com o fundamento de a AIA não os ter informado, como a lei exige, de que pretendia escavar nas suas propriedades. O tribunal deu à AIA 14 dias para responder.
Na semana passada manifestantes palestinianos impediram a AIA de continuar com a escavação. No domingo tentaram fazer o mesmo, mas a polícia interveio para permitir que a escavação continuasse.
Depois disso, dois habitantes de Silwan, acompanhados por um activista israelita, foram à polícia apresentar uma queixa contra a Elad por violação da propriedade privada. Mas, em vez de aceitar a queixa, a polícia deteve os queixosos, por suspeita de levantarem entraves à escavação.
Mais tarde, antes da madrugada de segunda-feira, a polícia realizou um raid em Silwan e deteve dois outros habitantes que tinham assinado a queixa ao tribunal, bem como um terceiro, cujo pai é referido no documento. A polícia afirmou que foram detidos por suspeita de “danificarem urnas e bancos da fonte de Shiloah", uma área administrada pela Elad, e acrescentou que se esperava para breve a realização de outras detenções.