O fornecedor de água à Faixa de Gaza apelou aos 1,5 milhão de habitantes da região para que fervam a sua água de beber, atribuindo a escassez de clorina para purificação ao bloqueio da Faixa.
O exército israelita disse que até 4ª feira não foi apresentado nenhum pedido de clorina pelos palestinianos e que estava a tentar organizar com urgência um novo carregamento para Gaza.
A Instalação de Água da Municipalidade Costeira informou os habitantes de que as sanções deixaram Gaza sem equipamento e sem stocks necessários para manter o sistema de água e que as entregas de clorina pararam desde 21 de Janeiro. Mais de um terço da água de Gaza está agora sem ser tratada, declarou o vice-director Maher Najjar, preocupado com a catástrofe sanitária que pode resultar duma possível contaminação. Najjar pediu ajuda à comunidade internacional.
A maioria dos habitantes de Gaza não recebe água regularmente devido à escassez de combustível utilizado para bombear a água. Muitos já usam filtros ou compram água engarrafada porque a qualidade da água da torneira é geralmente má.
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Najjar afirmou que 52 dos 140 poços usados para abastecer Gaza com água estavam sem clorina. “Calculo que para o fim da semana todos os poços ficarão sem clorina", disse ele.
Nafiz Alia, que gere o stock de clorina, afirmou que eram precisas 65 toneladas de clorina por mês e que o mais recente fornecimento a Gaza continha 30 toneladas, o que o obrigou a usar o stock de reserva para completar o que faltava.
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A maioria dos habitantes de Gaza que pode pagar por isso filtra a água salbora das torneiras antes de bebê-la. Mas, segundo Najjar, isso não mata as bactérias.
Ele acrescentou que o verdadeiro perigo está em que as crianças bebam água não tratada.