O exército israelita abriu um inquérito às alegações segundo as quais 46 palestinianos foram na semana passada retidos sem motivo num check point da Margem Ocidental durante 16 horas, tendo sido furados os pneus dos seus carros. O grupo de direitos humanos Machsom Watch (que vigia a actividade do exército nos check points) apresentou ao exército uma queixa sobre o incidente.
Segundo o relatório da Machsom Watch, a guarnição do check point, situado na estrada 5, detiveram palestinianos que iam procurar trabalho, homens com idades entre os 14 e os 50 anos, por suspeita de tentarem entrar em Israel com cinco condutores suspeitos de passarem clandestinos. Os palestinianos foram detidos de manhã cedo e obrigados a ficar de pé durante horas, com o argumento de que "quando se sentam arranjam sarilhos". Eles foram impedidos de usarem as casas de banho anexas ao check point, e obrigados a fazerem as necessidades num campo descoberto, à vista de quem passava no check point. Não foram autorizados a comer e apenas receberam água. Pedidos para tomar medicamentos, para se sentarem ou para se encostarem depararam sempre com reacções de desprezo ou de indiferença dos soldados.
Além disso, os pneus dos carros dos detidos foram furados no parque de estacionamento, alguns carros foram partidos e os seus pedais gravemente danificados, segundo o inquérito.
O gabinete de porta-vozes do exército afirmou que o exército condena qualquer comportamento incorrecto e vai examinar o dossier submetido à sua consideração pela Machsom Watch.