No site do ministério do Turismo israelita temos acesso ao mapa “oficial” de Israel e descobrimos que a Palestina “já não existe” : se a faixa de Gaza é visível, a Cisjordânia desapareceu e não existe nenhuma diferença entre as cidades palestinianas e os colonatos israelitas.
No Jornal de Notícias de 10 de Junho, são-lhe atribuídas umas declarações muito infelizes sobre os últimos acontecimentos em Gaza.
Diz o Sr. que “ Israel tem o direito de inspeccionar tudo o que entre em Gaza” uma vez que “não existe nenhuma dúvida de que há gente em Gaza que quer matar israelitas inocentes. No que diz respeito a segurança, estou com Israel a 100%”.
O senhor é o representante do Quarteto ONU/UE/EUA/RUSSIA para o Médio Oriente e declarações infelizes como estas, afectam a sua idoneidade e poder negocial para o cargo que exerce.
A sua posição nesta matéria reduz-se à defesa de uma das partes e acaba por se esquecer de quem é o agressor ou quem é a vítima, quem é o invasor ou quem é o invadido e quem é o bloqueador ou quem continua sendo bloqueado, só para falar em alguns aspectos.
Na verdade Sr. Blair, o que o senhor deveria dizer no momento actual, seria o seguinte:
OS PALESTINIANOS TÊM O DIREITO DE RESISTIR A UM BLOQUEIO ILEGAL E À OCUPAÇÃO MAIS LONGA DOS ÚLTIMOS SÉCULOS.
… NÃO EXISTE NENHUMA DÚVIDA DE QUE HÁ GENTE EM ISRAEL QUE MATA (E GOSTA), PALESTINIANOS INOCENTES E ACTIVISTAS DOS DIREITOS HUMANOS. NO QUE DIZ RESPEITO À LEI INTERNACIONAL, ESTOU COM OS PALESTINIANOS A 100% .
Na sua opinião senhor Blair, é mais importante a segurança daqueles que, se pensa, que têm quem os quer matar, do que o direito a resistir daqueles que todos os dias são mortos pelas tropas israelitas.
É uma pena que o senhor pense assim e continue a tentar ser uma pessoa que, representando o Quarteto, quer trazer soluções de paz para o Médio Oriente.
Como se diz pelos EUA… “Shame On You” senhor Tony Blair…
Suspensão do Acordo de associação comercial UE-Israel!
Anulação da adesão de Israel à OCDE!
Palestina ocupada, 5 de Junho de 2010 – A União Europeia prepara-se para renovar durante este mês o Plano de acção UE-Israel, no momento em que a ocupação da Cisjordânia, incluindo Jerusalém oriental, e da Faixa de Gaza entra no seu 43º aniversário. O Plano foi inicialmente adoptado em 2005 para «responder aos requisitos do acordo de associação [UE-Israel], construir vínculos em novas áreas e encorajar e apoiar os objectivos de Israel com vista a uma próxima integração nas estruturas europeias económicas e sociais». O acordo de associação UE- Israel constitui a forma legal desta relação. O artigo 2º do acordo declara que as políticas internas e externas devem assentar no respeito pelos direitos humanos e os princípios democráticos. A UE está a violar as suas próprias regras ao adoptar perante Israel uma atitude rotineira, de “business as usual”.
O Comité Nacional Palestiniano de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BNC) está chocado com a categórica recusa da UE em responsabilizar Israel pelas persistente sviuolações de direitos humanos e da legalidade internaiconal. O assassínio de activistas dos direitos humanos a bordo da frota “Free Gaza” é apenas a mas recente trangressão de Israel numa lista sempre crescente. Basta!
Em Maio, os países da UE votaram a aceitação de Israel como membro da OCDE, um clube exclusivo de nações ricas. Ao aceitar Israel, apesar de este ter apresentado dados económicos que incluem os colonatos ilegais da Cisjordânia ocupada, excluindo os palestinianos sob seu controlo, os países da UE violam as obrigações que têm como subscritores da IV Convenção de Genebra. O parlamento de Israel deve agora ratificar a adesão de Israel. Basta que um país apele a uma reunião de emergência do concelho da OCDE para que o processo de adesão seja bloqueado. Os países da OCDE não devem ignorar as acções de massas nas ruas, apelando ao fim da impunidade de Israel.
A UE, é o principal fornecedor de ajuda humanitária e ajuda de desenvolvimento aos palestinianos sob a ocupação israelita, enquanto contribui ao mesmo tempo para a manutenção do regime israelita de ocupação, colonização e apartheid que oprime o povo palestiniano. Um exemplo deste comportamento duplo é o fornecimento, à empresa militar israelita Elbit Systems, de milhões de euros de subsídios à investigação. A Elbit está envolvida activamente na construção do muro ilegal na Cisjordânia ocupada. O parecer consultivo do Tribunal Internacional de Justiça de 9.7.2004 confirmou a ilegalidade deste muro e do regime a ele associado e recomendou a todos os Estados que não ajudassem a manter a situação ilegal criada pelo muro e assegurassem o cumprimento do direito internacional por Israel.
O Plano de acção EU-Israel faz referência a um «estatuto especial» de que Israel goza nas suas relações com a Europa, na base de pretensos «valores comuns». O Relatório Goldstone fornece numerosas provas de que Israel cometeu crimes de guerra e crimes contra a humanidade contra os palestinianos de Gaza. Israel nunca respeitou nenhuma das centenas de resoluções da ONU, sempre as ignorou durante 62 anos, inclusive as recomendações do Relatório Goldstone, que foram recentemente apoiadas pelo Parlamento Europeu. Ao mesmo tempo que Israel usufrui de um acesso privilegiado aos mercados europeus, aos fundos de investigação e a toda uma série de apoios políticos e financeiros, os direitos humanos fundamentais são negados ao conjunto do povo palestiniano, incluindo 1,5 milhão de palestinianos na Faixa de Gaza ocupada que estão submetidos a um castigo colectivo com o bloqueio ilegal de Israel. Mais recentemente, Israel atacou activistas dos direitos humanos de cerca de 40 países, que se encontravam a bordo da Frota da Liberdade em águas internacionais. Existem amplas provas de que o regime de Israel é «o regime de uma potência colonizadora sob a aparência de uma ocupação que inclui muitas das piores características do apartheid», tais como a fragmentação do território, políticas de detenções em massa, limpeza étnica e negação de direitos humanos fundamentais e liberdades por motivos de nacionalidade, religião e etnia. Estas políticas são uma ameaça à paz, à segurança e à humanidade a nível global. Vidas humanas, direitos e aspirações estão a ser arruinadas à custa da chamada «relação especial» entre Israel e a UE.
Questionamos os «valores comuns» que a UE está a promover na região.
Aja agora! Pressione a UE a parar o processo de renovação do Plano de acção UE-Israel, a suspender o Acordo de associação comercial UE-Israel e a travar a adesão de Israel à OCDE
ESCREVA AOS DEPUTADOS DO PARLAMENTO EUROPEU (encontra os seus contactos em: http://bit.ly/aQs17o)
Segue o texto do panfleto que foi distribuido ontem, dia global de BDS, em frente ao centro comercial Vasco da Gama em Lisboa:
Ocupação militar, colonização, limpeza étnica, apartheid... e por fim, pirataria.
Uma pequena frota de seis barcos com 700 passageiros desarmados e 10.000 toneladas de ajuda humanitária a bordo destinadas à Faixa de Gaza, cercada desde 2007, foi abordada em águas internacionais por tropas de assalto israelitas com um balanço provisório de perto de 20 mortos civis e 50 feridos.
A versão do governo israelita é que os militantes humanitários em causa eram anarquistas e indivíduos com ligações a grupos terroristas e que o propósito desta frota era violento.
Nas 700 pessoas que iam a bordo incluíam-se deputados dos parlamentos alemão e irlandês, uma activista norte-irlandesa vencedora de um prémio Nobel da paz, uma judia sobrevivente do holocausto nazi, dezenas de jornalistas e centenas de activistas internacionais. Nas 10.000 toneladas de material que transportavam contavam-se sacos de cimento, medicamentos e cadeiras-de-rodas.
Isolar Israel para acabar com os crimes contra a humanidade
Os governos dos EUA e da União Europeia têm encorajado Israel a continuar os seus crimes, privilegiando as relações comerciais com Israel e aceitando-o no seio da OCDE. Mas a única receita para acabar com o lento genocídio dos palestinianos é aquela que serviu para acabar com o apartheid sul-africano: o seu isolamento a nível internacional, através de uma campanha de boicote, desinvestimento e sanções.
Esta campanha está em curso desde 2005 e tem sido seguida por sindicatos, universidades e organizações de direitos humanos em todo o mundo. É tempo de nos juntarmos a ela em Portugal.
Só a título de exemplo: o Pingo Doce e o Continente vendem tâmaras importadas dos colonatos ilegais (o que é proibido pela UE), a Epal assinou um acordo com a Mekorot, empresa especialista no roubo de água aos palestinianos, a Sephora vende ilegalmente produtos cosméticos do Mar Morto. As universidades portuguesas mantêm acordos com institutos israelitas.
Boicotemos Israel, para que haja paz no Médio Oriente!
Comité de Solidariedade com a Palestina * Colectivo Abou-Jamal * SOS Racismo