Amira Hass explica que o COGAT (Coordinator of Government Activities in the Territories) baseou os seus cálculos “num modelo formulado pelo ministro da Saúde segundo o consumo médio dos israelitas”, embora os números tenham sido “ajustados à cultura e à experiência próprios de Gaza”.
As « linhas vermelhas » do documento analisado pela jornalista foram redigidas quatro meses após o agravamento do bloqueio por Ehud Olmert, em Setembro de 2007, sobre as pessoas e as mercadorias para e fora de Gaza. Elas indicam: “o movimento das mercadorias em Gaza será restrito, o fornecimento de gás e de electricidade será reduzido, e serão impostas restrições de deslocamento às pessoas de Gaza e às do exterior”.
Para além disso, as exportações provenientes de Gaza serão totalmente proibidas. Mas, acrescenta a resolução, essas restrições terão de ser adaptadas de forma a evitar “uma crise humanitária”. As “linhas vermelhas” do documento calculam por conseguinte o número mínimo de calorias necessário segundo a idade e o sexo para determinar a quantidade alimentar básica que deve ser destinada diariamente à faixa de Gaza, assim como o número de camiões necessários para transportar essa quantidade. [...]
Os redactores das « linhas vermelhas » sublinhavam por outro lado que a quantidade de fruta e legumes que Gaza pode produzir para o seu consumo próprio deveria diminuir de 1000 toneladas por dia para 500 nos meses seguintes, devido à proibição de os habitantes de Gaza importarem sementes e outras matérias-primas necessárias à agricultura, assim como à proibição de exportarem produtos a partir da faixa de Gaza. Previa-se o mesmo destino para a indústria das aves.
Fonte : CAPJPO-EuroPalestine, 18.10.2012, a partir do artigo de Amira Hass no Haaretz
Dirar Abou Sisi tem 43 anos e é de origem palestiniana. Foi raptado na Ucrânia em fevereiro de 2011 pelos serviços de informação israelitas. Está preso em Israel desde então, onde tem sido constantemente torturado. O seu estado de saúde é grave, mas os tratamentos médicos de que precisa são-lhe recusados.
Assine a petição pela sua libertação, copiando este endereço no seu browser:
No dia 23 de outubro, o parlamento europeu votará a favor ou contra um acordo comercial (ACAA) para facilitar a importação de produtos israelitas, sobretudo farmacêuticos (muitos dos quais estão proibidos de entrar em Gaza).
A votação deve ser equilibrada, o grupo socialista já anunciou que votará contra. Por isso, todos os votos são necessários para que a balança vire a favor do NÂO à legitimação da ocupação da Palestina e do bloqueio a Gaza.
Basta carregar num botão para enviar uma carta aos eurodeputados portugueses, pedindo-lhes que votem contra o acordo:
O que é a campanha contra o Fundo Nacional Judaico?
A campanha contra o FNJ é uma campanha internacional com o objectivo de acabar com o papel que o Fundo Nacional Judaico- Keren Kayemet Lelsrael (FNJ-KKL) desempenha nas seguintes áreas:
O desalojamento contínuo de palestinianos indígenas das suas terras,
O roubo da sua propriedade,
A fundação e o financiamento de colonatos históricos e presentes, e,
A destruição do meio ambiente.
Porquê a campanha contra o FNJ?
Fundado em 1901 para adquirir terra para um Estado Judaico na Palestina, o FNJ-KKL é mais conhecido pela sua campanha de 'plantar uma árvore' de forma a 'fazer o deserto desabrochar'.
Porém, as árvores não são plantadas num deserto vazio e sem habitantes que a população judaica veio povoar e desenvolver. As terras foram, e continuam a ser, obtidas dos seus habitantes palestinianos através de vendas de terreno exploradoras, expulsões forçadas e outras políticas características de um Estado de apartheid.
Quando o Estado de Israel foi fundado em 1948, aproximadamente dois terços da população palestiniana foram expulsos da sua terra. Para além de financiar colonatos, o FNJ-KKL plantou e construiu florestas, parques e complexos de lazer sobre as ruínas de centenas de aldeias palestinianas destruídas e despovoadas. Estes projetos de florestação serviram dois propósitos: dissimular a limpeza étnica dos palestinianos e prevenir os refugiados palestinianos de voltar às suas casas e terras.
Estas práticas ainda estão a ser implementadas hoje em dia. Ao apagar os vestígios das casas e aldeias palestinianas, o FNJ-KKL tenta pintar a história da colonização da Palestina com um pincel ecológico e esconder a deslocação dos palestinianos.
O FNJ-KKL pratica discriminação racial
As atividades do JNF-KKL são baseadas na sua constituição e nos seus princípios fundadores discriminatórios: a expulsão de palestinianos indígenas da sua terra e da sua propriedade de modo a ter controlo sobre terras a ser exclusivamente ocupadas por judeus. A constituição do FNJ-KKL indica explicitamente que nenhuma parte da sua terra poderá ser arrendada, vendida ou trabalhada por não-judeus.
O FNJ-KKL destrói o ambiente e modos de vida
O estado de Israel e o FNJ-KKL destroem o habitat natural e modo de vida dos palestinianos indígenas que lá vivem há milhares de anos.
O JNF-KKL historicamente não tem demonstrado nenhuma preocupação verdadeira com o ambiente, focando-se na florestação e na aquisição de terra para o uso exclusivo de judeus. De facto o FNJ-KKL inflige danos graves ao meio ambiente na Palestina devido à sua maneira de plantar, devido à utilização de químicos nocivos e através da plantação de árvores que não são nativas daquela terra. Ao decorrer do tempo, a plantação extensiva de pinheiros pela parte do FNJ-KKL destruiu uma grande parte do habitat nativo assim como provocou grandes incêndios florestais.
Em 1950 o FNJ-KKL esvaziou o Lago Hula para promover o desenvolvimento da agricultura. Enquanto que no passado estava repleta de vida animal e vegetal, hoje a terra é um deserto sem vida.
O que é que o FNJ faz hoje em dia?
Hoje em dia, os projetos do FNJ-KKL de desalojamento e florestação de terra roubada continuam, particularmente em Naqab (Negev), no Sul de Israel, e no Vale do Jordão (nas profundezas da Cisjordânia).
Uma iniciativa actual do FNJ-KKL é um plano de 10 anos de 600 milhões de dólares para 'revitalizar, desenvolver e preservar o deserto do Negev.' Nestas áreas, projetos de 'desenvolvimento' em que o FNJ-KKL desempenha um papel fundamental, continuam a desalojar à força cidadãos palestinianos de Israel para dar lugar a colonatos judaicos e parques e florestas do FNJ.
Al-Araqib é das aldeias mais velhas em Naqab (Negev) que está presentemente a ser 'desenvolvida'. Grandes contingentes policiais e militares protegem os tratores de demolição e camiões do FNJ-KKL assim como os seus funcionários. Os residentes foram expulsos 20 vezes; alguns vivem agora numa vila; outros continuam a reconstruir as suas casas demolidas e recusam-se a abdicar da sua terra.
No Vale do Jordão, na Cisjordânia, o FNJ-KKL é preponderante no cumprimento da promessa pública do presidente Benjamin Netenyahu de manter o controlo do vale. Esta promessa resultou em demolições, o roubo de recursos de água, maior controlo militar e a destruição de terra agrícola e plantações de oliveiras.
Mais uma vez o FNJ-KKL está a colaborar com o Estado de Israel de modo a levar a cabo e ocultar o roubo de terra e a limpeza étnica- plantando parques e construindo monumentos em cima de terra e propriedade palestinianas.
Como Podemos Parar o FJN?
Junte-se à campanha na sua região para parar o FNJ.
Para além das campanhas contra o FNJ na Palestina, a campanha também está a decorrer no Canadá, na França, na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos da América.
Ajude a parar as violações humanitárias e ecológicas do FNJ-KKL:
Revogação do estatuto de organização de caridade no seu país
Quebre todas as ligações com o FNJ
Informe os outros sobre as atividades e natureza do FNJ