O desenhador israelita Noa Olchowski publicou no jornal Haaretz, com
outras caricaturas ilustrando os atentados de França, um cartoon com o
texto : «10 jornalistas mortos no ataque contra Charlie Hebdo; 13
jornalistas mortos no ataque contra Gaza no verão passado”. "Je suis
Charlie, je suis Gaza".
De facto, e conforme lemos na página web de EuroPalestine, a ONU publicou
uma lista de 16 jornalistas mortos em Gaza (15 palestinianos e 1 italiano)
no ataque do exército israelita. Segundo a mesma fonte, há provas
incontestáveis, em relação a vários deles, de que foram deliberadamente
alvejados pelos tiros israelitas.
Trata-se de :
Hamed Shehab (30 anos, 24 Media)
Mohammed Smeri (site web Gaza Now)
Khalid Hamad (25 anos, Continue TV Production)
Abdulrahman Ziad Abu Hayyin (28 anos, Al-Kitab TV)
Baha’ Edeen Gharib (59 anos, Palestine TV)
Ezat Abu Duhair (23 anos, Al-Huriya Media Network)
Ahed Afif Zaqout (49 anos, Palestine TV)
Rami Rayan (25 anos, Palestine Network for Press and Media)
Sameh Al-Aryan (26 anos, Al-Aqsa TV)
Mohammed Majed Daher (27 anos, semanário Al-Resallah)
Abdullah Nasr Fahjan (21 anos, foto-repórter)
Shadi Hamdi Ayad (24 anos, freelance)
Mohammed Nur al-Din Al-Dairi (26 anos, Palestinian Network for Press and
Media and Media)
Hamada Khaled Maqqat (24 anos, responsável do site de informações SAJA)
Falta acrescentar a esta lista os nomes de Simone Camilli e Ali Shehda,
dois jornalistas da Associated Press, que morreram no dia 13 de agosto, já
depois do cessar-fogo, na detonação de uma bomba israelita que não tinha
explodido.
Após essas publicações, o Haaretz e o desenhador foram objecto de uma
campanha de ódio com ameaças de morte, iniciada por Ronen Shoval, um
quadro do partido Habayit Hayehoudi (o « Lar Judeu »), cujo chefe, Naftali
Bennett, foi “defender a liberdade de expressão” nas primeiras filas da
manifestação de Paris.