No dia 10 de maio, o barco Marianne saiu de Göteborg, na Suécia, para integrar-se no Mediterrâneo à III Flotilha rumo a Gaza. O barco leva um carregamento simbólico de painéis solares e equipamento médico para entregar em Gaza. O objectivo da Flotilha é de denunciar o bloqueio israelita à Faixa de Gaza, que mata lentamente toda uma população cercada.
No seu caminho para se juntar à flotilha, o barco atracará em Lisboa, na marina da Expo, no dia 3 de junho.
Num momento em que se assinala o 5º aniversário do assalto ao barco Mavi Marmara da Iª Flotilha, durante o qual a marinha israelita assassinou dez activistas e feriu mais de 50, também denunciamos a impunidade com que Israel pratica os seus actos de pirataria e de crimes contra a humanidade e a cumplicidade das instituições internacionais e dos vários governos, entre os quais o de Portugal.
Várias organizações e colectivos portugueses solidários com o povo palestiniano na sua luta contra a ocupação sionista se juntarão na quarta-feira 3, a partir das 18h30 para acolher a tripulação do Marianne, com música e intervenções públicas.
Apareçam, quarta-feira 3 às 18h30, à saída do centro comercial Vasco da Gama, junto ao Pavilhão do Atlântico, no Parque das Nações. Dali partiremos para a doca onde estará atracado o Marianne.
DIVULGUEM! TRAGAM AS VOSSAS FAIXAS E BANDEIRAS DA PALESTINA
O presidente Reuven Rivlin ofereceu-se para se colocar à disposição das instituições israelitas do ensino superior na luta nacional contra a BDS [campanha de boicote, desinvestimento e sanções], que inclui o boicote académico.
“Sou um soldado no vosso exército”, disse ele ao comité de dirigentes de universidades e institutos superiores com os quais se encontrou na terça-feira na residência presidencial.
O professor Peretz Lavie, presidente do comité e do Technion, instituto de tecnologia de Haifa, declarou que os membros do comité estavam muito preocupados de os boicotes académicos virem a tornarem-se bolas de neve e causarem danos estratégicos, não só à investigação académica como também à economia de Israel.
Enquanto que as actividades anti-Israel nas universidades eram periféricas no passado, declarou, agora prevalecem nos campus norte-americanos, não tanto a nível das direcções das universidades, mas sobretudo no seio das organizações de estudantes.
“Temos de tomar medidas estratégicas”, disse Rivlin.
Lavie disse a Rivlin que não havia dúvida de que o empenhamento do presidente contra os boicotes académicos tinha muito peso. O consenso entre os presentes era de que a situação está pior nos Estados Unidos do que na Europa.
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O presidente da Universidade Hebraica de Jerusalém, Prof. Menachem Ben Sasson, disse que o boicote é uma coisa silenciosa, porque os académicos de todo o mundo deixam de vir a conferências científicas em Israel.
Onde a BDS é eficaz, disse ele, é na área da investigação, porque a investigação raramente se faz de forma isolada, sendo sim levada a cabo em cooperação ou colaboração com académicos de outras instituições noutros países.
Se eles optam por não cooperar com Israel que é um dos países líderes da ciência mundial, “isso só irá prejudicá-los”, disse ele.
Ben-Sasson também propôs que nos seus encontros com dignitários estrangeiros Rivlin lhes diga que Israel não tolera boicotes académicos.
Disse também que académicos israelitas participantes em conferências internacionais devem reforçar os seus contactos pessoais.
Uma parte do boicote silencioso, disse o Prof. Shlomo Grosman, presidente do Ahkelon College, é a recusa de artigos escritos por académicos israelitas em publicações científicas.
O Prof. Daniel Zajfman, presidente do Instituto Científico Weizmann em Rehovot, afirmou que o boicote não é apenas contra a academia, mas também contra patrocínios académicos.
Já há sinais de que grandes companhias não querem continuar a financiar investigação académica que resultaria em produtos médicos ou científicos, disse ele, acrescentando que houve uma quebra no investimento em investigação dos cientistas do Instituto Weizmann. “Não nos explicam porquê”, disse ele.
Para o movimento global de Boicote Académico e Cultural a Israel chegou hoje uma boa notícia: Marinah, a cantora que devia actuar consigo e com Idan Raichel em Israel, decidiu cancelar a sua participação.
Marinah foi recentemente abordada pelos activistas da campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) contra Israel na Catalunha e, ao tomar conhecimento da campanha e da sua razão de ser, aderiu ao apelo palestiniano. Com a ajuda dos activistas BDS catalães, Marinah conseguiu ultrapassar com a sua produtora as dificuldades financeiras e burocráticas para cancelar o seu concerto.
Agora, mais que nunca, o seu espectáculo, a manter-se, irá contribuir para avalizar a ocupação e o apartheid por parte de Israel, com a agravante de se tratar de uma parceria com o artista Idan Raichel, cujas actuações fazem parte da campanha Brand Israel do governo israelita. Idan Raichel, autoproclama-se “orgulhoso embaixador de Israel”, serviu e actuou para o exército israelita e expressou activamente o seu apoio ao exército durante os ataques a Gaza em 2008/2009. Criticou os israelitas que se recusam a servir no exército. A sua actuação em 2007 no colonato israelita Nokdim levou a um apelo ao boicote por parte da organização israelita Gush Shalom, por ele colaborar com os colonatos que impedem qualquer possibilidade de paz. Idan Raichel mostra-se fascinado pela “diversidade cultural de Israel”, mas ignora os direitos dos palestinianos não só a exercer a sua própria cultura, como a assistir ao seu concerto – entre todos os outros – em Telavive.
Tal como já escrevemos na nossa primeira carta, acreditamos que o crescente movimento BDS a nível global é a forma mais eficaz de pressionar Israel a agir em conformidade com o direito internacional e a reconhecer os direitos inalienáveis do povo palestiniano, à imagem do que aconteceu na luta anti-apartheid na África do Sul.
Apelamos a que o António Zambujo não associe a sua arte criativa à colonização, opressão e limpeza étnica e que junte a sua voz à dos numerosos artistas que já recusaram ou cancelaram actuações patrocinadas pelo Estado de Israel.
Atentamente, O Comité de Solidariedade com a Palestina
Anuncio na pagina oficial de Marinah: https://www.facebook.com/marinahofficial/posts/822538271134919
Netanyahu acaba de nomear como ministra da justiça Ayelet Shaked, antiga deputada do HaBayit HaYehudi (“Lar Judeu”), partido da extrema-direita israelita. Em 1 de julho de 2014, a agora ministra tinha publicado na sua página facebook um apelo a "não se contentarde matar os terroristas palestinianos, mas a totalidade do povo palestiniano que é nosso inimigo". "É preciso destruir esse povo, incluindo os seus velhos e mulheres, as suas cidades e aldeias, as suas propriedades e infraestruturas", afirmou ela no seu post.
Quanto ao novo ministro da Defesa, Moshe Yaalon, a sua primeira promessa foi a de "matar muitos mais civis palestinianos e de reservar ao Irão a mesma sorte que Hiroshima e Nagasaki". Numa conferência do grupo de advogados Shurat HaDin - especializados em processar pessoas ou associações que defendem os direitos dos palestinianos pelo mundo fora -, Moshe Yaalon declarou que atacaria o conjunto da população civil na próxima ofensiva contra Gaza ou o Líbano. "Também atacaremos as crianças, como fizemos em Gaza", declarou. "Quanto ao Irão, mesmo se ataques cirúrgicos ainda não nos parecem ser adaptados, não hesitaremos em fazer o que fizeram os americamos em Hiroshima e Nagasaki, causando 200 mil vítimas sobre as quais ninguém chorou".
Em relação ao movimento de boicote-sanções-desinvestimento (BDS) contra Israel, Moshe Yaalon recordou que "há dez anos que prefiro não pôr os pés no Reino-Unido ou em Espanha, mesmo se já conseguimos mudar a legislação desses dois países em matéria de competência universal respeitante aos crimes de guerra e crimes contra a humanidade".
O grupo de teatro belga CAMPO cancelou a sua representação no festival de Jerusalém patrocinado pelo Estado de Israel. A decisão foi tomada de um dia para o outro, logo após terem recebido um apelo da BACBI, Campanha belga pelo boicote académico e cultural a Israel.
“Fortalecer esta plataforma é actualmente a opção mais lógica. Um sector cultural unido é mais importante do que uma acção a solo”, diz a declaração de CAMPO. “Esperamos transmitir uma mensagem forte, talvez mais forte do que a pretendida inicialmente”. (Os ganhos da representação estavam destinados à formação de jovens bailarinos palestinianos a viver na Europa).
Eyal Sher, o director do festival, reconheceu que o programa teve de ser encurtado devido às muitas desistências que ocorreram depois do massacre do verão passado em Gaza e do crescimento da campanha de boicote.
A cantora americana Lauryn Hill deixou-se convencer pela campanha de Boicote-Desinvestimento-Sanções e, em consequência, cancelou o seu concerto em Israel. Um dos argumentos usados pela campanha BDS é o de que os artistas se tornam cúmplices da ocupação israelita e dos crimes de guerra cometidos contra os palestinianos ao aceitarem actuar em Israel, uma vez que servem a campanha israelita de branqueamento desses crimes.
Segundo notícia da União de Rádio-Televisão Palestiniana, soldados israelitas raptaram um jornalista palestiniano e feriram seis outros com balas, só no passado mês de Abril. Quatro jornalistas que tentavam documentar os crimes do exército e dos colonos na aldeia de Nabi Saleh foram detidos. Neste vídeo pode ver-se como os soldados perseguiram os jornalistas, os apedrejaram e em seguida tentaram atropelá-los com os seus jipes:
Os soldados atiraram balas de metal cobertas de borracha e gaz lacrimogéneo sobre jornalistas palestinianos que cobriam os confrontos entre soldados e jovens palestinianos: https://www.youtube.com/watch?v=j7lZkV8_oWY
O exército israelita raptou também o director do Asda Media Center, o jornalista Amin Abu Warda, e levou-o em detenção administrativa, isto é, sem acusação nem julgamento.
O jornalista Nidal Eshtayya foi ferido por duas balas de metal e borracha, atiradas a curta distância, enquanto cobria uma manifestação pacífica perto de Tulkarem na Cisjordânia.
Em Março, durante o ataque à sede da agência QPresse em Belém, Cisjordânia, os soldados detiveram nove jornalistas palestinianos. Dois deles ainda se encontram encarcerados em Israel.
No sábado passado, soldados israelitas atacaram uma marcha pacífica de jornalistas por ocasião do "dia mundial da liberdade de imprensa".