Este ano, os barcos fretados pela Flotilha da Liberdade irão atracar na marina de Cascais no dia 19 de junho. Porque estamos contra a punição colectiva imposta à população de Gaza, porque queremos acabar com o bloqueio desumano e o cerco marítimo imposto desde 2007, porque somos solidários com a resistência palestiniana, juntámo-nos a várias associações e colectivos portugueses para manifestarmos a nossa solidariedade para com as tripulações.
PROGRAMA
Terça-feira 19 de Junho Chegada dos barcos Freedom e Al Awda. Concentração junto à Marina de Cascais a partir das 17:00 Sambacção/ROR (presença a confirmar)
Quarta-feira 20 de Junho 18:30 Sessão pública na AJA, Rua de São Bento nº 170, Lisboa. Com a participação de membros da Plataforma de Apoio à Flotilha 2018, MPPM, do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Palestina, da Flotilha da Liberdade Coro da Achada (presença a confirmar)
Quinta-feira 21 de Junho 11:00 Conferência de imprensa na Marina de Cascais, a bordo do veleiro "Freedom". Entrevistas a partir das 14:15 (marcação prévia) 18:30 Conversa com membros da Flotilha na Fábrica das Alternativas - Rua Margarida Palla nº 19A, Algés 19:00 Conversa com membros da Flotilha na RA - Rua de Arroios nº 100, Lisboa.
Sexta-feira 22 de Junho Partida dos barcos da Marina de Cascais com destino a Cádis e a Gaza. Concentração junto à Marina a partir das 8:00 Sambacção/ROR (presença a confirmar) 19:00 Benefit Flotilha na Disgraça, Rua da Penha de França nº 217A/B, Lisboa. Programa provisório: jantar, curtas metragens, concerto, apresentação da Flotilha, lançamento das Folhas Soltas do GAP nº 9, apelo a participação Folhas Soltas nº 10
Reproduzimos abaixo a carta enviada hoje a estas três entitades, agradecendo dsde já a sua divulgação.
Exmo Senhor Presidente da República Exmo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Cascais Orquestra Metropolitana da Guarda Nacional Republicana
Há 70 anos atrás milhares de palestinianos foram forçados a abandonar as suas terras. Com o argumento de que a região era a ideal para a criação do Estado de Israel, foi usada muita força e violência para expulsar mais de 800 mil pessoas e destruir mais de 500 vilas. Desde então, a população palestiniana é impedida por Israel de voltar às suas terras, numa clara violação da resolução 194 da ONU. Hoje em dia os refugiados palestinianos pelo mundo chegam a cinco milhões.
Eventos recentes nos mostram que a situação dos palestinianos, tanto os que foram forçados a partir como os que permaneceram nas suas terras, só tem piorado ao longo deste tempo. Na Cisjordânia, os colonatos ilegais israelitas avançam por dentro da Palestina, havendo actualmente quase quinhentos mil colonos no território, o que é proibido pela lei internacional. Os palestinianos desta região enfrentam diariamente a redução do seu espaço de vida, confisco de terras, limitações na sua mobilidade, discriminações múltiplas e punições colectivas. Em Gaza, considerada a maior prisão do mundo a céu aberto, a situação é ainda pior, quase dois milhões de pessoas são obrigadas a viverem confinadas num pequeno pedaço de terra, sem poderem circular livremente. Israel controla o acesso dessa população a serviços básicos, como o fornecimento de electricidade e os cuidados de saúde, sem falar dos constantes bombardeamentos e ataques militares de que a região sofre.
É neste contexto que a Câmara Municipal de Cascais, o presidente da República Portuguesa e a Orquestra Metropolitana da Guarda Nacional Republicana resolveram juntar-se ao governo de Israel para a comemoração dos 70 anos da sua existência, isto é, os 70 anos da catástrofe que se abateu sobre o povo da Palestina, num jantar que terá lugar no dia 14 de junho no casino do Estoril. Para mais facilmente comprar a cumplicidade destas instituições, a embaixada israelita oferece os lucros do jantar às vítimas dos incêndios de Pedrógão!
O Comité de Solidariedade com a Palestina repudia esta cumplicidade, não podendo aceitar que instituições públicas do Estado português sejam coniventescom o branqueamento dos crimes de guerra cometidos por Israel. Em consequência, pedimos ao presidente da República, à Câmara de Cascais e à GNR que se retirem desta comemoração.
Pelo fim do genocídio palestiniano! Pelo fim do apartheid israelita.
Publicamos aqui a carta de felicitações que enviámos
Caro Tiago Rodrigues,
Nós, do Comité de Solidariedade da Palestina português, vimos por este meio saudá-lo pela sua decisão de não representar a peça By Heart no Israel Festival de Jerusalém, não dando desta forma o seu contributo para o branqueamento cultural das repetidas violações de direitos humanos perpetradas pelo estado de Israel.
Felicitamo-lo pela atitude corajosa que tomou, sabendo que deu primazia a uma postura fundamental de direitos humanos juntando-se assim a outras figuras da cultura portuguesa como um grupo de 40 fotógrafos, incluindo João Pina e José Soudo, ou a jornalista Alexandra Lucas Coelho que declararam recentemente o seu apoio à campanha BDS. Da mesma forma, numa tendência crescente que revela que o mundo da cultura em Portugal está cada vez menos disposto a ser cúmplice de um regime de apartheid, colonialismo e ocupação, também os Festivais de Cinema Queer e Olhares do Mediterrâneo manifestaram a sua recusa em receber o apoio institucional da embaixada israelita em Lisboa. Imaginando que a sua decisão possa ter sacrificado interesses de curto-prazo pessoais ou da instituição que representa em detrimento de uma postura eticamente correcta e consequente, felicitamo-lo pela mesma.
Partilhando a sua “convicção de que a pressão global e colectiva poderá produzir resultados semelhantes aos do boicote à África do Sul durante o apartheid”, estamos empenhados em estabelecer pontes com outras figuras do meio artístico que também empatizem com a necessidade de os palestinianos superarem a terrível situação de opressão em que vivem. Esperamos por isso poder vir a colaborar no futuro de modo a poder fazer crescer esta poderosa forma de resistência pacífica que é o boicote cultural.