Fim à política de cumplicidade do governo português com o apartheid israelita
O Comité de Solidariedade com a Palestina (CSP) condena o estreitamento de relações diplomáticas e económicas, incluindo de pesquisa e desenvolvimento, entre Portugal e Israel representada pelo recente encontro entre o ministro português da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Manuel Heitor e o ministro da Ciência e Tecnologia de Israel Yizhar Shai.
Numa altura em que o governo de extrema-direita israelita se prepara para anexar formalmente uma grande parte do território palestiniano ocupado, uma grave violação do direito internacional que vem destruir perspectivas para a paz e justiça para o povo palestiniano, o governo português vem fomentar a impunidade de Israel com o seu desejo expresso de cooperação "renovada, efetiva e tangível".
Este ato mostra uma hipocrisia tremenda do governo português que, por um lado, se opõe à colonização israelita e, por outro, mantém relações próximas com um ministério que trabalha de forma estreita com o exército de ocupação responsável por essas mesmas políticas. A política hipócrita do atual governo português não se limita a esta reunião. No ano passado, o Força Aérea Portuguesa assinou um contrato de 50 milhões de euros com a empresa de armamento israelita Elbit Systems que testa o seu armamento reprimindo civis palestinianos.
Exigimos o fim imediato destas colaborações de cumplicidade e a imposição de sanções ao governo de apartheid de Israel até que este respeite os direitos do povo palestiniano e o direito internacional. Neste contexto, Portugal tem a obrigação de banir o comércio com os colonatos ilegais e de impor um embargo militar a Israel.
A política pro-apartheid do governo português contrasta com o crescimento impressionante do movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), incluindo em Portugal onde vários espaços (comércios, associações, clubes) têm-se declarado Espaços Livres do Apartheid Israelita, comprometendo-se a boicotar Israel e a adoptar uma política de solidariedade e anti-racista.