Segundo a Lusa, citando uma fonte oficial, o cargueiro Kathrin que transporta material de guerra, entre o qual explosivos com destino à maior empresa de armamento de Israel, a Elbit System, pediu que lhe fosse retirado o pavilhão português. Esta notícia surge na sequência de uma campanha local e internacional de pressão sobre o governo português e representa uma vitória para os coletivos que a levaram a cabo. A relatora especial das Nações Unidas para a Palestina, Francesca Albanese, e o European Legal Support Center (organização de defesa do movimento de solidariedade na Europa através de meios legais), a nível internacional, o movimento de solidariedade com a Palestina em Portugal, advertiram o governo para o risco de ser acusado de cumplicidade com o genocídio em curso na Faixa de Gaza, caso não retirasse a bandeira portuguesa do barco.
A fonte oficial citada pela Lusa confirmou que o Kathrin "não circulará com o pavilhão português. Esta questão acabou". Afirmamos perante o governo português que, para nós, esta questão não acabou aqui.
Portugal é signatário da IV Convenção de Genebra, da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio e da recente resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, que exige o fim da ocupação ilegal por Israel da Faixa de Gaza e da Cisjordânia e apela a sanções comerciais e embargo militar a Israel.
Manteremos a vigilância sobre a actuação do governo português para assegurar que mais nenhum transporte de armas ou outro material de guerra com destino ao Estado genocida de Israel seja autorizado a navegar em águas portuguesas ou a sobrevoar o espaço aéreo português. Que a bandeira de Portugal não seja nunca mais usada para servir regimes genocidas. Que o governo português exija de Israel que se retire dos “territórios palestinianos ocupados” e que se junte ao governo belga na exigência de sanções por parte da União Europeia.