Palestinianos discrimnados na partilha da água - segundo relatório do Banco Mundial
A conferência da ONU sobre o racismo, além dos exemplos relativos à discriminação dos palestinianos em matéria de política de emprego, está confrontada com vários outros exemplos de importância vital. Um deles diz respeito à discriminação no abastecimento de água. O diário israelita Haaretz publicou hoje o artigo seguinte do seu correspondente, Avi Issacharoff:
O regime de abastecimento de água usado por Israel e pelos palestinianos tem de ser mudado, segundo um relatório do Banco Mundial que vai ser hoje publicado.
O relatório oserva que um israelita médio recebe quatro vezes mais água do que um palestiniano médio e adverte que o sistema de água da Autoridade Palestiniana se "aproxima da catástrofe".
Conclui com a recomendação de que o actual entendimento para a distribuição de água, incluído nos acordos de Oslo II, seja alterado para melhorar o sistema palestiniano.
O relatório, requerido pela Autoridade Palestiniana, pode tornar-se especialmente problemático para Israel devido à crise de água a nível regional. O acordo entre as duas partes é assimétrico e exacerba grandemente a crise no que diz respeito aos palestinianos.
Este é o primeiro documento do género apresentado pelo Banco Mundial sobre o uso de água israelita e palestiniano.
Segundo o relatório, o entendimento alcançado em Oslo não serve para satisfazer as necessidades dos civis palestinianos.
A desigual partilha de recursos, bem como as limitações à informação relativa ao abastecimento regional de água, têm impedido os palestinianos de desenvolver os recursos aquíferos - um problema que é agravado pela fraqueza das instituições de governo palestinianas.
O relatório diz que isto conduziu a uma situação de emergência com graves ramificações na economia, na sociedade e na ecologia da Autoridade Palestiniana. As crises humanitárias relacionadas com a água são frequentes em partes da Margem Ocidental e de Gaza.
O relatório afirma que os palestinianos têm acesso a apenas um quinto do total de abastecimento de água, que Israel extrai o resto, preenchendo a quota que lhe está atribuída sem a necessária autorização do comité conjunto para a água instituído pelos acordos de Oslo.
A sobre-extracção do aquífero cria um perigo de excesso de salinidade, afirma o relatório.
O relatório observa também que os palestinianos cavam poços comparativamente pouco profundos, devido à perfuração muito mais profunda dos israelitas.
Segundo o Banco Mundial, Israel tem uma distirbuição e euma gestão de água satisfatórias, ao passo que a Autoridade Palestiniana luta para manter uma infraestrutura mínima com meios financeiros mínimos. Em Gaza, o escasso investimento em água e na rede sanitária conduziu a uma falta de controlo de qualidade da água, com graves riscos para a saúde pública.
Fonte: http://www.haaretz.com/hasen/spages/1079405.html