O papel do Fundo Nacional Judaico na ocupação da Palestina
O que é a campanha contra o Fundo Nacional Judaico?
A campanha contra o FNJ é uma campanha internacional com o objectivo de acabar com o papel que o Fundo Nacional Judaico- Keren Kayemet Lelsrael (FNJ-KKL) desempenha nas seguintes áreas:
- O desalojamento contínuo de palestinianos indígenas das suas terras,
- O roubo da sua propriedade,
- A fundação e o financiamento de colonatos históricos e presentes, e,
- A destruição do meio ambiente.
Porquê a campanha contra o FNJ?
Fundado em 1901 para adquirir terra para um Estado Judaico na Palestina, o FNJ-KKL é mais conhecido pela sua campanha de 'plantar uma árvore' de forma a 'fazer o deserto desabrochar'.
Porém, as árvores não são plantadas num deserto vazio e sem habitantes que a população judaica veio povoar e desenvolver. As terras foram, e continuam a ser, obtidas dos seus habitantes palestinianos através de vendas de terreno exploradoras, expulsões forçadas e outras políticas características de um Estado de apartheid.
Quando o Estado de Israel foi fundado em 1948, aproximadamente dois terços da população palestiniana foram expulsos da sua terra. Para além de financiar colonatos, o FNJ-KKL plantou e construiu florestas, parques e complexos de lazer sobre as ruínas de centenas de aldeias palestinianas destruídas e despovoadas. Estes projetos de florestação serviram dois propósitos: dissimular a limpeza étnica dos palestinianos e prevenir os refugiados palestinianos de voltar às suas casas e terras.
Estas práticas ainda estão a ser implementadas hoje em dia. Ao apagar os vestígios das casas e aldeias palestinianas, o FNJ-KKL tenta pintar a história da colonização da Palestina com um pincel ecológico e esconder a deslocação dos palestinianos.
O FNJ-KKL pratica discriminação racial
As atividades do JNF-KKL são baseadas na sua constituição e nos seus princípios fundadores discriminatórios: a expulsão de palestinianos indígenas da sua terra e da sua propriedade de modo a ter controlo sobre terras a ser exclusivamente ocupadas por judeus. A constituição do FNJ-KKL indica explicitamente que nenhuma parte da sua terra poderá ser arrendada, vendida ou trabalhada por não-judeus.
O FNJ-KKL destrói o ambiente e modos de vida
O estado de Israel e o FNJ-KKL destroem o habitat natural e modo de vida dos palestinianos indígenas que lá vivem há milhares de anos.
O JNF-KKL historicamente não tem demonstrado nenhuma preocupação verdadeira com o ambiente, focando-se na florestação e na aquisição de terra para o uso exclusivo de judeus. De facto o FNJ-KKL inflige danos graves ao meio ambiente na Palestina devido à sua maneira de plantar, devido à utilização de químicos nocivos e através da plantação de árvores que não são nativas daquela terra. Ao decorrer do tempo, a plantação extensiva de pinheiros pela parte do FNJ-KKL destruiu uma grande parte do habitat nativo assim como provocou grandes incêndios florestais.
Em 1950 o FNJ-KKL esvaziou o Lago Hula para promover o desenvolvimento da agricultura. Enquanto que no passado estava repleta de vida animal e vegetal, hoje a terra é um deserto sem vida.
O que é que o FNJ faz hoje em dia?
Hoje em dia, os projetos do FNJ-KKL de desalojamento e florestação de terra roubada continuam, particularmente em Naqab (Negev), no Sul de Israel, e no Vale do Jordão (nas profundezas da Cisjordânia).
Uma iniciativa actual do FNJ-KKL é um plano de 10 anos de 600 milhões de dólares para 'revitalizar, desenvolver e preservar o deserto do Negev.' Nestas áreas, projetos de 'desenvolvimento' em que o FNJ-KKL desempenha um papel fundamental, continuam a desalojar à força cidadãos palestinianos de Israel para dar lugar a colonatos judaicos e parques e florestas do FNJ.
Al-Araqib é das aldeias mais velhas em Naqab (Negev) que está presentemente a ser 'desenvolvida'. Grandes contingentes policiais e militares protegem os tratores de demolição e camiões do FNJ-KKL assim como os seus funcionários. Os residentes foram expulsos 20 vezes; alguns vivem agora numa vila; outros continuam a reconstruir as suas casas demolidas e recusam-se a abdicar da sua terra.
No Vale do Jordão, na Cisjordânia, o FNJ-KKL é preponderante no cumprimento da promessa pública do presidente Benjamin Netenyahu de manter o controlo do vale. Esta promessa resultou em demolições, o roubo de recursos de água, maior controlo militar e a destruição de terra agrícola e plantações de oliveiras.
Mais uma vez o FNJ-KKL está a colaborar com o Estado de Israel de modo a levar a cabo e ocultar o roubo de terra e a limpeza étnica- plantando parques e construindo monumentos em cima de terra e propriedade palestinianas.
Como Podemos Parar o FJN?
Junte-se à campanha na sua região para parar o FNJ.
Para além das campanhas contra o FNJ na Palestina, a campanha também está a decorrer no Canadá, na França, na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos da América.
Ajude a parar as violações humanitárias e ecológicas do FNJ-KKL:
- Revogação do estatuto de organização de caridade no seu país
- Quebre todas as ligações com o FNJ
- Informe os outros sobre as atividades e natureza do FNJ
- Assine o apelo 'Parem o FNJ' (http://www.stopthejnf.org/call-to-action)
- Organize uma campanha 'Parem o FNJ' na sua cidade ou país
Fonte: Stop the JNF, tradução do texto inglês