A jornalista israelita Amira Hass denuncia o racionamento da população de Gaza no diário Haaretz
Amira Hass explica que o COGAT (Coordinator of Government Activities in the Territories) baseou os seus cálculos “num modelo formulado pelo ministro da Saúde segundo o consumo médio dos israelitas”, embora os números tenham sido “ajustados à cultura e à experiência próprios de Gaza”.
As « linhas vermelhas » do documento analisado pela jornalista foram redigidas quatro meses após o agravamento do bloqueio por Ehud Olmert, em Setembro de 2007, sobre as pessoas e as mercadorias para e fora de Gaza. Elas indicam: “o movimento das mercadorias em Gaza será restrito, o fornecimento de gás e de electricidade será reduzido, e serão impostas restrições de deslocamento às pessoas de Gaza e às do exterior”.
Para além disso, as exportações provenientes de Gaza serão totalmente proibidas. Mas, acrescenta a resolução, essas restrições terão de ser adaptadas de forma a evitar “uma crise humanitária”. As “linhas vermelhas” do documento calculam por conseguinte o número mínimo de calorias necessário segundo a idade e o sexo para determinar a quantidade alimentar básica que deve ser destinada diariamente à faixa de Gaza, assim como o número de camiões necessários para transportar essa quantidade. [...]
Os redactores das « linhas vermelhas » sublinhavam por outro lado que a quantidade de fruta e legumes que Gaza pode produzir para o seu consumo próprio deveria diminuir de 1000 toneladas por dia para 500 nos meses seguintes, devido à proibição de os habitantes de Gaza importarem sementes e outras matérias-primas necessárias à agricultura, assim como à proibição de exportarem produtos a partir da faixa de Gaza. Previa-se o mesmo destino para a indústria das aves.
Fonte : CAPJPO-EuroPalestine, 18.10.2012, a partir do artigo de Amira Hass no Haaretz