A organização do 10º fórum global da United Nations Alliance of Civilizations (UNAOC), recorreu à manipulação e à desonestidade para enganar o público e permitir a participação da criminosa de guerra e antiga ministra dos Negócios Estrangeiros israelita, Tzipi Livni, esta tarde no Estoril.
Depois de o Comité de Solidariedade com a Palestina ter denunciado publicamente a participação de Livni neste evento e de vários colectivos terem convocado um protesto para esta tarde à porta do mesmo, a organização do fórum recorreu a manobras de diversão para ludibriar os activistas em solidariedade com a Palestina, fazendo-os acreditar que Livni já não iria participar, o que posteriormente percebemos ser mentira.
Entre estas manobras estão a retirada do nome e de todas as referências a Livni da programação e do site do Fórum e o apagar das publicações das redes sociais onde apareciam o nome e fotografia onde a ex-ministra israelita e criminosa de guerra aparecia ao lado de Rangel (ver aqui o arquivo do site do evento, onde Livni inicialmente aparecia, e foi retirada e em anexo a imagem de promoção divulgada e depois retirada das redes sociais). As manobras da organização levaram a que o movimento de solidariedade com a Palestina cancelasse o protesto marcado para esta tarde em frente ao Centro de Congressos do Estoril.
Livni é ex-agente da Mossad e ex-ministra em vários governos Israelitas. Segundo a sua própria admissão, ela participou no planeamento da guerra contra Gaza em 2008/9. Em janeiro de 2009, disse aos meios de comunicação israelitas: “Israel demonstrou um verdadeiro hooliganismo no decurso da recente operação, que eu exigi”. Além disso, o Relatório Goldstone, o inquérito independente da ONU, também cita Livni afirmando que: “Israel … é um país que, quando disparam contra os seus cidadãos, responde de forma selvagem e isso é uma coisa boa”.
Devido à sua participação nas agressões, Livni foi acusada de crimes de guerra por várias autoridades judiciais independentes no Reino Unido, na Bélgica e na Suíça. Em 2009 foi-lhe emitido um mandado de captura no Reino Unido por crimes de guerra em Gaza. Em 2016, Livni foi convocada para um interrogatório pela polícia britânica sobre o seu envolvimento em crimes de guerra em Gaza. Em 2017, Livni cancelou uma viagem a Bruxelas depois de ser avisada de que seria interrogada pela polícia pelo seu envolvimento em crimes de guerra contra o povo palestiniano. Também em 2017, o procurador-geral da Suíça iniciou uma investigação à ex-ministra israelita por crimes de guerra.
Condenamos veementemente a manipulação operada pela organização, da qual o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, não se pode dissociar, para permitir a participação discreta de uma criminosa de guerra numa conferência onde se pretendia falar de “paz”. Esta manipulação serviu apenas o propósito de enganar o público e é mais uma prova de que estas instituições continuarão a fazer de tudo para silenciar quem protesta contra o genocídio israelita contra o povo palestiniano em Gaza e para proteger e permitir a normalização e o branqueamento de criminosos de guerra israelitas.
Continuaremos a lutar, com convicção redobrada, pela responsabilização de todos os que permitiram esta situação, nomeadamente o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e o subsecretário-geral e alto representante da UNAOC, Miguel Ángel Moratinos, cúmplices no branqueamento dos crimes de guerra israelitas contra o povo palestiniano.
Continuaremos a apelar à pressão sobre as autoridades portuguesas para que Portugal cumpra as suas obrigações para com o direito internacional e nacional, nomeadamente pelo fim da cumplicidade de Portugal com o regime de apartheid israelita, e pela emissão de mandados de detenção contra todos os envolvidos no genocídio, no apartheid e na ocupação israelita da Palestina que estejam em território português.
Menos de uma semana após ter afirmado que iria cumprir os mandados de captura internacional emitidos pelo TPI, Portugal acolhe um evento com antiga ministra israelita envolvida em crimes de guerra contra os palestinianos e sobre a qual existe um histórico de mandados de detenção internacionais.
Entre os oradores estará Tzipi Livni, antiga agente da Mossad, ex-ministra da Justiça, dos Negócios Estrangeiros e membro do gabinete de guerra durante o bombardeamento israelita a Gaza em 2008/9.
Tzipi Livni é uma criminosa de guerra. Em 2009 foi-lhe emitido um mandado de captura no Reino Unido por crimes de guerra em Gaza. Em 2016, Livni foi convocada para um interrogatório pela polícia britânica sobre o seu envolvimento em crimes de guerra em Gaza. Em 2017, Livni cancelou uma viagem a Bruxelas depois de ser avisada de que seria interrogada pela polícia pelo seu envolvimento em crimes de guerra contra o povo palestiniano.
A comissão de inquérito da ONU sobre o conflito em Gaza de 2008-2009 destacou o uso desproporcional da força por Israel, ataques deliberados contra civis e infraestrutura civil, além do bloqueio prolongado de Gaza, que causou sofrimento generalizado. Tzipi Livni, então ministra dos Negócios Estrangeiros de Israel, é mencionada pelo seu papel na formulação e defesa pública das operações militares em Gaza que, segundo o relatório, não cumpriram os princípios de distinção e proporcionalidade. Isso levantou questões sobre a sua responsabilidade política e possivelmente penal nos acontecimentos analisados.
Nas imagens de promoção divulgadas pela organização e pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Rangel aparece ao lado Livni. Sublinhamos a ironia desta seleção, por revelar a cumplicidade que as instituições portuguesas e internacionais continuam a manter com agentes de guerra de um estado genocida do povo palestiniano.
É inaceitável a continuação da normalização de elementos de governos israelitas envolvidos em crimes de guerra e em crimes contra a humanidade. Não aceitamos que Portugal seja palco para o branqueamento dos crimes em Gaza e na Palestina.
Apelamos urgentemente ao governo português, ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e ao secretário-geral da ONU, António Guterres, para que cancelem a participação de Livni nesta conferência da ONU em Portugal.
Pedimos à polícia judiciária e outras entidades de justiça em Portugal que cumpram o seu papel no âmbito do direito internacional e emitam um mandado de captura à criminosa de guerra Tzipi Livni, à semelhança do que foi feito nos outros países europeus por crimes de guerra em Gaza.
O Movimento Democracia na Europa 2025, ou DIEM25, lançado pelo antigo ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, anunciou ontem publicamente o seu apoio ao BDS, "uma solução pacífica em prol dos direitos universais em Israel e na Palestina".
"Os membros do DiEM25 votaram a favor do Movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) como parte do nosso compromisso para com a justiça global e em resposta à situação dramática do povo palestiniano. Há já demasiado tempo que a comunidade internacional assiste à violência sistémica, ao colonialismo e ao apartheid do governo israelita contra os palestinianos.
Apesar dos protestos globais alargados, das várias resoluções das Nações Unidas e das decisões dos tribunais internacionais, as injustiças continuam. Acreditamos que é fundamental aumentar a pressão global para acabar com estas injustiças e para promover um caminho para uma paz duradoura, tal como está delineado na nossa declaração oficial sobre a Palestina. [...]
Comprometemo-nos a apoiar o BDS, declarando o nosso movimento uma Zona Sem Apartheid, o que significa que rejeitamos qualquer cumplicidade com o apartheid israelita. Vamos participar em campanhas BDS, vamos encorajar os nossos grupos locais a colaborar com os seus homólogos do BDS e utilizaremos as nossas plataformas para ampliar as iniciativas BDS. Além disso, publicaremos conteúdos educativos, participaremos em debates na UE que apoiem o BDS e iremos mobilizar-nos contra a repressão do movimento. [...]
Ao apoiarmos o BDS, associamo-nos a um movimento global que tem despertado a consciência crítica, responsabilizado as empresas e demonstrado uma resistência eficaz ao apartheid israelita."
Este filme da Al Jazeera, relata-nos os crimes de guerra cometidos pelo exército israelita, a resistência e o martírio da população civil palestiniana, a cumplicidade activa ou por inércia dos governos "ocidentais".
Segundo a Lusa, citando uma fonte oficial, o cargueiro Kathrin que transporta material de guerra, entre o qual explosivos com destino à maior empresa de armamento de Israel, a Elbit System, pediu que lhe fosse retirado o pavilhão português. Esta notícia surge na sequência de uma campanha local e internacional de pressão sobre o governo português e representa uma vitória para os coletivos que a levaram a cabo. A relatora especial das Nações Unidas para a Palestina, Francesca Albanese, e o European Legal Support Center (organização de defesa do movimento de solidariedade na Europa através de meios legais), a nível internacional, o movimento de solidariedade com a Palestina em Portugal, advertiram o governo para o risco de ser acusado de cumplicidade com o genocídio em curso na Faixa de Gaza, caso não retirasse a bandeira portuguesa do barco.
A fonte oficial citada pela Lusa confirmou que o Kathrin "não circulará com o pavilhão português. Esta questão acabou". Afirmamos perante o governo português que, para nós, esta questão não acabou aqui.
Portugal é signatário da IV Convenção de Genebra, da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio e da recente resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, que exige o fim da ocupação ilegal por Israel da Faixa de Gaza e da Cisjordânia e apela a sanções comerciais e embargo militar a Israel.
Manteremos a vigilância sobre a actuação do governo português para assegurar que mais nenhum transporte de armas ou outro material de guerra com destino ao Estado genocida de Israel seja autorizado a navegar em águas portuguesas ou a sobrevoar o espaço aéreo português. Que a bandeira de Portugal não seja nunca mais usada para servir regimes genocidas. Que o governo português exija de Israel que se retire dos “territórios palestinianos ocupados” e que se junte ao governo belga na exigência de sanções por parte da União Europeia.
Desde meados de agosto que o governo português tem sido confrontado com diversos pedidos de esclarecimento e acção sobre a notícia do navio de carga MV Kathrin, que transporta sob pavilhão português explosivos destinados a Israel para fins militares.
Apesar de Portugal ter assinado a Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio, e de o actual governo português ter oficialmente proibido a exportação de armas para Israel, o ministro dos Negócios Estrangeiros Paulo Rangel recusa-se a retirar a bandeira portuguesa ao navio, alegando contra todas as evidências que nem a carga tem material militar nem o destino é Israel. A resposta de Rangel ignora assim a resolução do Conselho dos Direitos Humanos da ONU apelando a que os Estados cessem a venda, transferência e desvio de armas, munições e outro equipamento militar para Israel, uma vez que a sua utilização por este país viola a lei humanitária internacional e os direitos humanos. Confirma-se assim um indício de cumplicidade com o genocídio do povo palestiniano.
O governo da Namíbia confirmou que o navio transporta oito contentores de explosivos Hexogen/RDX (um dos principais componentes das bombas israelitas utilizadas na destruição das infraestruturas de Gaza) e 60 contentores de TNT e, cumprindo com a obrigação moral e legal de não colaborar com o genocídio em curso na Palestina, proibiu o Kathrin de se abastecer nos seus portos. Mais a norte na sua rota, o cargueiro confrontou-se com a mesma recusa por parte do governo angolano. Mas, graças à inércia do governo português, a bandeira portuguesa continua a flutuar a caminho da Eslovénia que se encarregará de fazer a entrega final do material bélico a Israel.
Pedimos ao governo português - que retire imediatamente a bandeira do Kathrin e que proíba a venda do pavilhão português a qualquer embarcação envolvida com o genocídio e a ocupação ilegal do povo palestiniano - que proíba o trânsito de navios que transportem armas destinadas a Israel - que se abstenha de qualquer cooperação militar, directa ou indirecta, com Israel.
JUNTA-TE A NÓS QUINTA-FEIRA 12 de SETEMBRO - ÀS 18 HORAS Sede do Conselho de Ministros - Edifício CGD - Av. João XXI, 63 (metro Campo Pequeno)
Suspeitamos fortemente que o navio MV Kathrin IMO 9570620 transportará munições e/ou equipamento militar para Israel. Este cargueiro, que circula com bandeira de Portugal, presumivelmente emitida pelo MAR (Madeira International Shipping Register), encontra-se ao largo da África do Sul, a norte da Cidade do Cabo e vem de Haiphong, no Vietname, país que colabora militarmente com Israel.
Enquanto Israel continua o seu genocidio de mais de 2.3 milhões de Palestinianos em Gaza, bombardeando campos refugiados, escolas e hospitais, sistematicamente impondo fome e provocando a propagação de doenças infecciosas, incluindo a poliomielite, é inadmissível que armas possam ser transportadas para Israel sob a bandeira e soberania portuguesa. Durante os últimos onze meses, Israel assassinou mais de 40 mil Palestinianos em Gaza, despojando múltiplas vezes 90 % da população e destruindo mais de 75% de todas as casas e infraestruturas.
De acordo com a resolução A/HRC/55/L.30 do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, Portugal tem a obrigação moral e legal de não colaborar na transferência de equipamentos militares para Israel, uma vez que a sua utilização por este país viola a lei humanitária internacional e os direitos humanos.
Consideramos inadmissível que Portugal se associe aos atos criminosos de Israel e exigimos ao Governo que responda ao apelo do Conselho dos Direitos Humanos da ONU e cumpra as suas obrigações ao abrigo da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio, que derivam das medidas impostas pelo Tribunal Internacional de Justiça perante a plausabilidade do genocídio em Gaza. Relembramos ainda que, segundo o direito internacional, um estado pode ser responsabilizado quando não aplica as devidas diligências e não implementa todos os meios legais sob a sua autoridade para prevenir e impedir o genocídio. A colaboração na transferência de armas a um estado que pratica crimes de guerra equivale a cumplicidade.
Apelamos a que o governo português investigue esta situação e que, até o risco de transferência de materiais militares possa ser eliminado, retire a bandeira do navio, e:
estabeleça normas que proíbam expressamente as embarcações com bandeira; portuguesa de qualquer envolvimento, auxílio e assistência ao genocídio e à ocupação ilegal de Israel;
proíba o trânsito de navios que transportem armas que sejam destinadas a Israel;
se abstenha de qualquer cooperação militar com Israel, seja ela direta ou indireta.
Comité de Solidariedade com a Palestina, 24 agosto 2024
Tomámos conhecimento da convocação do Embaixador do Irão, para lhe ser manifestado o repúdio do governo português pelo "ataque realizado contra o Estado de Israel" (que, conforme afirmado por António Guterres, não foi o princípio da História) e para lhe ser exigida a libertação de um navio israelita que navegava com pavilhão português (como se não devesse ser o MNE a apresentar ao Embaixador iraniano explicações pela cumplicidade portuguesa nessa fraude).
Abstemo-nos de quaisquer considerações sobre o carácter meramente simbólico da retaliação iraniana, sem vítimas mortais, na sequência do bombardeamento da Embaixada iraniana em Damasco, que tivera um saldo de 16 mortos. Observemos apenas que o zelo da diplomacia portuguesa em condenar a retaliação iraniana, depois de ter mantido um silêncio cúmplice face à provocação israelita, bem como o seu zelo em obter a libertação do navio israelita, correm o risco de envolver Portugal, como parte beligerante, numa guerra que este país não tem motivos para desejar.
Para além destes cálculos, que não iriam além de um pragmatismo rasteiro, está o valor bem mais importante dos direitos humanos. Se o Irão, ao retaliar contra a provocação israelita, tivesse violado algum princípio do direito internacional, muito mais grave tem sido, desde há mais de meio ano, a violação genocida desse direito por parte de Israel, com um saldo de mais de 34.000 mortos, e com mais de dois milhões de pessoas na iminência de morrerem de fome e de sede.
Reclamamos portanto de V. Exa., Sr. Ministro, que, à semelhança do que fez com o Embaixador iraniano, convoque imediatamente o Embaixador israelita, juntando-se à exigência da comunidade internacional de um cessar-fogo imediato e incondicional na Faixa de Gaza, com a retirada das tropas israelitas e a reabertura do contacto desse território com o resto do mundo.
Desde o início da guerra genocida de Israel contra 2,3 milhões de palestinianos na Faixa de Gaza ocupada e sitiada, o impacto do movimento BDS cresceu substancialmente e começou a influenciar alguns Estados.
INTRODUÇÃO:
Ao longo dos últimos 18 anos, o movimento BDS construiu uma rede massiva em todo o mundo, apoiada por sindicatos, coligações de agricultores, bem como movimentos de justiça racial, social, de género e climática, representando no total dezenas de milhões de pessoas. Teve um grande impacto no isolamento do apartheid israelita, nomeadamente fazendo com que grandes multinacionais, como a G4S, Veolia, Orange, HP, PUMA e outras, pusessem fim, total ou parcialmente, à sua cumplicidade nos crimes cometidos contra os indígenas palestinianos.
Desde o início da guerra genocida de Israel contra 2,3 milhões de palestinianos na Faixa de Gaza ocupada e sitiada, o impacto do movimento BDS cresceu substancialmente e começou a influenciar alguns Estados. O movimento, com os seus muitos parceiros, tem vindo a intensificar a pressão sobre os decisores políticos para que ponham fim à cumplicidade dos Estados e das empresas nos crimes de guerra, nos crimes contra a humanidade e no genocídio de Israel, através da integração da sua análise, agora amplamente aceite, de que Israel é um Estado de apartheid e da defesa de sanções específicas e legais, em particular um embargo de armas abrangente e bidirecional, como cumprimento das obrigações legais ao abrigo do direito internacional.
Este impacto foi acentuado pela queixa da África do Sul no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), que acusa Israel de genocídio, e pela decisão subsequente do TIJ, de 26 de janeiro de 2024, segundo a qual há indícios de que Israel está a perpetrar um genocídio em Gaza.
Em 23 de fevereiro, os especialistas em Direitos Humanos da ONU emitiram uma declaração inovadora que faz referência ao risco de genocídio para apelar a todos os Estados para que cumpram a sua obrigação legal, parando "imediatamente" todas as "exportações de armas para Israel" e impondo "sanções ao comércio, finanças, viagens, tecnologia ou cooperação". Esta declaração faz eco das exigências que o movimento BDS tem vindo a integrar e para as quais tem vindo a obter apoio em massa há muitos anos.
Embora na maior parte dos desenvolvimentos abaixo descritos existam outros factores de influência, é evidente que o BDS desempenhou um papel inconfundível, embora por vezes indirecto, na sua concretização.
INDICADORES DE IMPACTO (uma amostra representativa de muitos desenvolvimentos semelhantes):
(1) Estados e governos locais:
A Bolívia suspendeu as relações diplomáticas com Israel, enquanto o Chile, a Colômbia, o Chade, as Honduras, a Turquia e a Jordânia, entre outros, reduziram as suas relações com o país.
A União Africana suspendeu efectivamente o estatuto de observador de Israel.
Em 29 de fevereiro, o presidente colombiano Gustavo Petro anunciou a suspensão total da compra de armas a Israel.
O governo regional da Valónia, na Bélgica, suspendeu duas licenças de exportação de armas para Israel. Os vice-primeiro-ministros da Bélgica e de Espanha apelaram à "suspensão do Tratado de Associação da UE com Israel, à imposição de um embargo geral de armas e mesmo à imposição de sanções ao abrigo do regime global de sanções da UE em matéria de direitos humanos".
O Chile proibiu a entrada de empresas israelitas na sua feira de armamento e as empresas israelitas também não estiveram presentes na feira de armamento da Colômbia.
Em 29 de fevereiro, o PSOE espanhol, o principal partido no poder em Espanha, votou no parlamento, juntamente com outros partidos, a favor de uma suspensão imediata do comércio de armas de Espanha com Israel. Em 13 de março, a Comissão dos Assuntos Externos do Parlamento espanhol votou a favor da suspensão do comércio de armas com Israel.
O fundo soberano da Noruega, o maior do mundo, anunciou recentemente que, até novembro de 2023, tinha desinvestido totalmente em obrigações de Israel no valor de quase meio bilião de dólares. As Obrigações de Israel têm sido um dos principais alvos do movimento BDS desde outubro de 2023. A maior federação sindical, a LO, com um milhão de membros, desempenhou um papel significativo neste processo.
Vários fundos de pensões dinamarqueses excluíram e desinvestiram de empresas israelitas, incluindo bancos, envolvidas nos colonatos ilegais de Israel.
O governo norueguês aconselhou as empresas norueguesas a "não se envolverem em cooperação empresarial ou comércio que sirva para perpetuar os colonatos ilegais israelitas".
Em 29 de fevereiro, o PSOE, o principal partido no poder em Espanha, votou no parlamento, juntamente com outros partidos, a favor de uma suspensão imediata do comércio de armas de Espanha com Israel. Em 13 de março, a Comissão dos Assuntos Externos do parlamento espanhol votou a favor da suspensão do comércio de armas com Israel.
Em 3 de janeiro de 2024, a Comissão de Direitos Humanos do senado chileno aprovou um projecto de lei para proibir o comércio com os colonatos israelitas.
O governo da Malásia proibiu todos os navios detidos por Israel, em particular os da companhia de navegação israelita Zim, em resposta às violações do direito internacional por parte de Israel, uma decisão reforçada pelos esforços persistentes do BDS Malásia.
O parlamento canadiano votou a favor do fim das exportações de armas para Israel em 18 de março de 2024, enquanto mais de 130 deputados britânicos apelaram à proibição de todas as vendas de armas a Israel.
A cidade de Barcelona (Catalunha) deu um passo histórico ao cortar todos os laços com Israel devido ao seu sistema de apartheid e aos crimes de guerra cometidos contra os palestinianos em Gaza, criando um precedente na Europa. Esta decisão foi tomada na sequência de uma campanha conduzida pelos parceiros do BDS na Catalunha.
O governo da Jordânia anunciou a rejeição de um acordo de "eletricidade por água" com Israel, na sequência de uma pressão pública significativa liderada pelo BDS Jordânia.
O conselho regional neozelandês de Environment Canterbury (ECan) votou para não trabalhar com empresas que fazem negócios com colonatos israelitas ilegais nos territórios ocupados (TPO).
Apesar do domínio da propaganda israelita que justifica o genocídio nos principais meios de comunicação social dos EUA, a maioria dos eleitores americanos apoia agora a suspensão ou o condicionamento do financiamento militar e do envio de armas para Israel.
Na Turquia, as cidades de Adana e Antalya cancelaram os seus protocolos de cidades geminadas com as suas congéneres israelitas, Beersheba e Bat-Yam, respectivamente. Esta decisão surgiu na sequência de uma intensa campanha do BDS Turquia.
Em 29 de novembro de 2023, o conselho municipal de Ghent (Bélgica) anunciou que não comprará a empresas que lucram com o sistema israelita de ocupação e opressão dos palestinianos nos TPO.
Em 10 de janeiro, o Derry City and Strabane District Council (Irlanda do Norte) anunciou planos para adoptar uma política de contratos públicos éticos.
Em 25 de janeiro, o maior partido da Irlanda, o Sinn Fein, anunciou que está a trabalhar com as câmaras municipais de toda a Irlanda para implementar políticas de contratos públicos éticos.
A cidade de Hayward, CA (EUA) votou a favor da alienação de quatro empresas cúmplices de violações israelitas dos direitos humanos e do direito internacional em 25 de janeiro de 2024.
Mais de 120 câmaras municipais dos EUA aprovaram resoluções exigindo um cessar-fogo.
(2) Empresas:
Em março de 2024, na sequência da pressão do BDS Japão e dos seus aliados, que evocaram a decisão do TIJ segundo a qual é plausível que Israel esteja a cometer um genocídio, duas grandes empresas japonesas, a Nippon Aircraft Supply e a Itochu Corporation, puseram termo às relações com o maior fabricante privado de armas de Israel, a Elbit Systems.
A Elbit Systems, o maior fabricante privado de armas de Israel e principal facilitador do seu genocídio, manifestou a sua preocupação com o impacto das campanhas BDS contra si, apesar do aumento das suas vendas de armas "testadas no terreno". O receio da Elbit em relação ao BDS pode ser explicado pela tendência emergente de desinvestimentos por parte de grandes bancos e fundos de investimento. A 12 de fevereiro de 2024, por exemplo, o State of Wisconsin Investment Board divulgou que tinha vendido todas as 8.083 acções da Elbit que possuía em novembro de 2023. Dois dias depois, o Bank of America Corp revelou que tinha vendido mais de 50% das suas acções da Elbit desde novembro de 2023. Até mesmo o Scotiabank, o maior investidor estrangeiro na Elbit, diminuiu as suas participações em acções da Elbit entre o terceiro e o quarto trimestre de 2023 em aproximadamente 16%. As campanhas para pressionar o desinvestimento total continuam.
Em março de 2024, o gigante americano de fast-food McDonald's foi forçado a desistir da sua frívola ação judicial por difamação contra o BDS Malásia. A empresa sofreu uma perda significativa de receitas e do valor das suas acções em resultado da crescente campanha mundial do BDS, como admitiu a sua administração. O boicote no mundo árabe desempenhou um papel importante nesta pressão.
A empresa alemã de vestuário desportivo Puma anunciou, em dezembro de 2023, que não renovará o seu contrato com a Associação Israelita de Futebol, que expira no final de 2024, cedendo à pressão do BDS, que lhe custou muito caro em termos de danos à sua reputação.
O Carrefour, cadeia de supermercados francesa visada pelo BDS devido à sua cumplicidade nos crimes israelitas, encerrou quatro sucursais na Jordânia, na sequência de uma intensa campanha conduzida pelo BDS Jordânia. A empresa jordana Al-Ameed Coffee Company tinha anteriormente decidido encerrar todas as suas sucursais nos supermercados Carrefour na Jordânia devido à cumplicidade do Carrefour com os crimes de Israel.
Os principais sindicatos indianos, que representam dezenas de milhões de trabalhadores, exigiram ao governo indiano que anulasse um acordo de "exportação" de trabalhadores indianos para Israel, para substituir os trabalhadores palestinianos, instando os trabalhadores a boicotar os produtos israelitas e a não manusear carga israelita.
Sindicatos de trabalhadores portuários na Bélgica, Índia, Catalunha, Itália, Grécia, Turquia, Califórnia e África do Sul empreenderam acções contra navios israelitas ou carregamentos de armas para Israel.
A IAATW, uma aliança internacional de sindicatos de trabalhadores dos transportes baseada em aplicações, com 100 mil membros de mais de 27 países e 6 continentes, decidiu boicotar as estações de serviço da marca Chevron.
A maior e mais antiga igreja afro-americana, a Igreja Episcopal Metodista Africana, com cerca de 3 milhões de membros, acusou Israel de genocídio, apelando aos EUA para que "retirem imediatamente todos os financiamentos e outros apoios a Israel", para pôr termo à sua cumplicidade.
Os directores de todas as universidades palestinianas apelaram ao isolamento das universidades israelitas em todo o mundo.
Cinco universidades norueguesas suspenderam os acordos de colaboração com universidades israelitas cúmplices do genocídio de Israel em Gaza.
O Conselho da Faculdade de Direito da Universidade de Antuérpia (Bélgica) decidiu, por consenso, suspender um acordo de cooperação com a Universidade Bar-Ilan devido ao seu apoio inabalável ao ataque militar de Israel a Gaza.
A associação de estudantes da Faculdade de Direito de Harvard aprovou uma resolução que apela à Harvard Management Corporation e a todas as instituições e organizações da comunidade de Harvard para que desinvistam do regime de ocupação militar de Israel e do seu genocídio em Gaza.
O Senado Académico da Universidade de Turim (Itália) decidiu não participar em convites à investigação científica com instituições israelitas cúmplices do #GazaGenocídio de Israel.
A Universidade de Girona (Catalunha) comprometeu-se a rever todos os acordos com universidades israelitas; a Universidade Federal do Ceará (Brasil) cancelou o "Desafio de Inovação Brasil - Israel"; e a Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Nacional da Patagónia San Juan Bosco (Argentina) votou a favor do apelo da Universidade de Birzeit para rejeitar instituições académicas israelitas cúmplices.
A Associação de Docentes da Universidade de Montreal, que representa quase 1.400 docentes, votou unanimemente a favor de um boicote às universidades israelitas, tornando-se assim a PRIMEIRA no Canadá a fazê-lo.
Os estudantes da Universidade da Califórnia Davis (EUA) votaram a favor do desinvestimento do seu orçamento de 20 milhões de dólares em empresas cúmplices do genocídio e da ocupação.
A Assembleia do Senado da Faculdade da Universidade de Michigan (EUA) votou a favor do desinvestimento em 30 de janeiro de 2024.
Cem organizações artísticas dos EUA, incluindo editoras, galerias, espaços, revistas, livrarias, colectivos, festivais e agências, apoiaram o boicote cultural a Israel.
O Cinema Girona cancelou o festival de cinema e televisão israelita Seret, patrocinado pela embaixada israelita e pelo Ministério da Cultura, após o envolvimento privado de grupos catalães.
Eurovisão: Os ministros da Cultura da Bélgica apelaram à proibição da participação de Israel na Eurovisão, tal como mais de 4.000 artistas, incluindo mais de 1.000 na Suécia, país anfitrião. A maior festa de projecção da Eurovisão em Londres está entre os eventos que serão cancelados devido à participação de Israel.
Mais de 100 artistas boicotaram o festival South by Southwest (SXSW) no Texas (EUA), devido à sua parceria com o exército americano e com os fabricantes de armas que apoiam o genocídio de Israel.
Dezenas de milhares de artistas apelaram ao cessar-fogo, à justiça e à responsabilização através de dezenas de cartas e iniciativas, incluindo na música, nas artes visuais, no cinema, na literatura e muito mais.
Jogos Olímpicos: as petições que apelam à proibição de Israel nos desportos internacionais reuniram mais de 280.000 assinaturas. Vinte e seis deputados franceses pediram ao COI que sancionasse Israel.
FIFA: a Associação de Futebol da Ásia Ocidental apelou à suspensão da participação de Israel na FIFA e os apelos à exclusão de Israel dos Jogos Olímpicos estão a ganhar força a nível mundial.
O comité executivo da European Gymnastics decidiu que Telavive deixará de acolher os Campeonatos Europeus de Ginástica Artística de 2025.
O Campeonato Europeu de Pólo Aquático de 2024 foi transferido para fora de Israel.
4.000 artistas queer comprometeram-se a não actuar ou expor as suas obras em Israel. A mais antiga organização LGBTQ+ dos EUA apelou ao fim do #GazaGenocídio de Israel. Dez realizadores de cinema queer retiraram-se do festival de cinema LGBTQ+ patrocinado pelo governo israelita. O National Student Pride, no Reino Unido, abandonou os patrocinadores cúmplices do apartheid e do genocídio israelita.