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SOLIDARIEDADE COM A PALESTINA

Informação sobre a ocupação israelita, a resistência palestiniana e a solidariedade internacional *** email: comitepalestina@bdsportugal.org

SOLIDARIEDADE COM A PALESTINA

Informação sobre a ocupação israelita, a resistência palestiniana e a solidariedade internacional *** email: comitepalestina@bdsportugal.org

Almada: Não dances com o apartheid israelita, cancela o espectáculo do Kamea Dance Company

1ª Carta enviada pelo Comité de Solidariedade com a Palestina ao organizador do Festival de Almada, em 30 junho 2017

 

Exmo Senhor Rodrigo Francisco

 

O Comité de Solidariedade com a Palestina vem apelar à organização do 34º Festival de Almada para que cancele o espectáculo de dança do Kamea Dance Company, a realizar-se no dia 12 de Julho 2017, e recuse o apoio da Embaixada de Israel.

 

A actuação do Kamea Dance Company no prestigiado 34º Festival de Almada vem com o patrocínio da Embaixada de Israel. Esta companhia tem o estatuto oficial de embaixador da cidade de Beer Sheva, onde hoje Israel continua a expulsar comunidades palestinianas com o objectivo de limpeza étnica. Um exemplo disso é a demolição contínua das casas da comunidade palestiniana de Al-Araqib que, em Maio de 2017, foi demolida pela 117ª vez pelas autoridades israelitas. Israel está a ameaçar expulsar mais de 70 000 palestinianos da região do Negev através do plano Prawer, para que sejam instaladas no seu lugar comunidades exclusivamente judias. Israel não faz segredo dos seus planos, como mostra o exemplo da aldeia palestiniana de Um el Hiran, que está hoje em risco de demolição, para ser construído no seu lugar o colonato judio de Hiran.

 

Aliás, de Beer Sheva, cidade da qual a Kamea Dance Company é embaixadora, tiveram de partir milhares de refugiados que hoje se encontram sob bloqueio em Gaza, e a quem o Estado de Israel nega o seu direito de retorno às suas casas.

 

A Kamea Dance Company é portanto um órgão central da campanha de marketing chamada Brand Israel instituída pelo governo israelita, que tem como objectivo explícito apresentar Israel como um "país normal" e desviar a atenção da opinião pública em todo o mundo das contínuas violações dos direitos humanos e do direito internacional pelo governo israelita. Para isso, o governo israelita promove o uso propagandístico da cultura e das artes, e a Kamea Dance Company aceita voluntariamente o papel de embaixador oficial em troca do financiamento que recebe do Estado.

 

Eventos como o Festival de Almada são ocasiões importantes para apresentar o melhor da música, da dança e do teatro, e neles não pode haver espaço para o uso da cultura ou das artes como propaganda. Os laços directos com o governo israelita tornam impossível descrever o papel da Kamea Dance Company como "apolítico". Quando os artistas são cúmplices da opressão de um povo, devem ser boicotados.

 

A solidariedade sincera inclui não só as palavras, mas também o ouvir e responder aos apelos do povo oprimido, que neste caso pedem ao mundo um boicote cultural a Israel e às instituições culturais cúmplices com a sua política, como é o caso da Kamea Dance Company.

 

Inspiradas pela experiência da luta contra o apartheid na África do Sul, mais de 170 organizações da sociedade civil palestiniana lançaram em 2005 o movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) contra Israel [como meio eficaz e não violento de luta para apoiar a resistência do povo palestiniano, reivindicando o direito de viver em liberdade nas suas próprias terras]. Neste contexto, a Campanha Palestiniana para o Boicote Académico e Cultural de Israel (PACBI) convida a comunidade internacional a boicotar todos os órgãos culturais que mantenham relações institucionais com o governo israelita.

 

A campanha de boicote cultural contra Israel, com base nas directrizes do PACBI, não é dirigida contra os artistas israelitas individuais, mas contra instituições israelitas e os mecanismos através dos quais os artistas se tornam instrumentos da propaganda do regime.

 

O arcebispo e Nobel da Paz sul-africano Desmond Tutu, que esteve com Mandela entre os campeões da luta contra o regime racista na África do Sul, dirigindo-se a quem se declarou neutro perante o conflito entre a minoria branca e a maioria negra nesse país, disse: "Se você é neutro em situações de injustiça, você escolheu o lado do opressor ". Hoje, Desmond Tutu, um forte defensor do BDS, reafirma os mesmos argumentos em relação à situação na Palestina.

 

Pedimos aos organizadores do Festival de Almada para não serem neutros e assumirem publicamente a responsabilidade política e intelectual que diz respeito a todos os assuntos que operam na esfera da cultura, pedimo-vos que cancelem o espectáculo e não aceitem o apoio da embaixada de Israel, seguindo o exemplo do Festival de Cinema Queer de Lisboa, que largou o apoio da embaixada de Israel desde 2011.

 

Gostaríamos de poder reunir-nos convosco, para termos a oportunidade de fornecer mais informações, esclarecer dúvidas e ouvir a vossa opinião.

 

Agradecemos desde já a vossa atenção e aguardamos uma resposta com a maior urgência.

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