Relatório de diplomatas da UE denuncia anexação ilegal de Jerusalém oriental
Na edição de 28 de março do Haaretz, a jornalista Amira Hass dá conta de um relatório de diplomatas europeus colocados em Jerusalém e Ramallah denunciando a aceleração da limpeza étnica em Jerusalém.
O relatório, entregue a Bruxelas, refere que quase 100 mil residentes de Jerusalém oriental estão em risco de perder as suas casas, devido às restrições de construção impostas por Israel.
A aceleração da construção de novos colonatos e dos despejos de famílias palestinianas desde a retomada das "negociações" é, segundo os diplomatas, parte da estratégia israelita para "expandir as fronteiras de Jerusalém o mais profundamente possível dentro da Cisjordânia" ocupada, de forma a integrar os grandes colonatos de Maale Adumim, Gush Etzion e Givat Ze’ev.
Segundo o relatório, 39% dos 800 mil residentes de Jerusalém são palestinianos, mas apenas 10% do orçamento municipal lhes é destinado. 200 mil (25%) dos habitantes da cidade já são colonos que ocupam ilegalmente a parte oriental.
"Cerca de 53% da área de Jerusalém oriental definida por Israel está vedada à construção e 35% foi marcada para uso de colonatos", deixando menos de 13% para as necessidades de habitação dos palestinianos.
A situação actual, segundo o relatório dos diplomatas, é que 80% da população palestiniana de Jerusalém e 85% das crianças palestinianas dessa população vivem abaixo do limiar de pobreza.